Ainda a espreguiçadeira!

... pelo andar da coisa, vai a Joana para a escola e em vez de levar a mochila às costas, leva a espreguiçadeira! Raio da espreguiçadeira, que não há meio de desaparecer!

A Joana agora tem acordado mal eu me levanto, o que implica pôr o despertador meia hora mais cedo, pois despachar-me com ela ali é assim uma coisa, como é que eu de dizer... INCOMPATÍVEL!!!
Acorda muito cansada, então vai para a espreguiçadeira comer bolachas e "melgar-me" o juízo.

Hoje queria miminho, dava-lhe miminho ela pedia "pais" (mais)! Explicava-lhe que tinha que me despachar, para ir ganhar tostão, blá, blá, blá, mas ela só queria era "mimiú". Lá dei mais miminho... depois queria água, dei-lhe água umas 6 ou 7 vezes, depois não queria aquela bolacha, queria outra. Às tantas tinha "cócha" (cócegas ou comichão), lá andava eu a "coçá-la"... se não era no pescoço, era no pé, na mão, no braço, etc! O importante era ter a mamã ali de volta dela e a mamã cheia de coisas para fazer.

Finalmente, chegava a altura em que ela pedia tudo e mais alguma coisa... eram os quáquás, iogurtes, cremes, escova dos dentes (minha ou dela, tanto faz), ou seja, eu ia-me despachando feita louca e ia-lhe passando a "tralha" toda que ela pedia!

Chegada a hora de ir embora, estava eu mais cansada do que quando me deitei, mas isso são só pormenores... para tirar a Joana da espreguiçadeira, é uma carga de trabalhos! Por causa da tralha toda que acumulou ali e porque depois quer levar aquilo tudo para a Dª O. Convenço-a que temos que guardar as coisas, que acabou a brincadeira... ela cede, vamos embora!

Abro a porta ela diz logo "tuz" (luz), acende a luz, depois quer mais "tuzes", tenta carregar em todos os interruptores que lhe sugem pelas escadas, saio finalmente do prédio. Entramos no carro, ela pede o "xom" (som, música)... Convém que seja uma em que ela possa ir a "bombar", quanto mais mexida, melhor... ai a minha vida!!!!

Chegamos à Dª O., eu cá estou estoiradinha, mal me aguento nas canetas com tanto movimento logo de manhã, mais subir ao 3º andar com tudo às costas com ela a inclinar-se cada vez que vê um interruptor, para carregar nele... Ufa! Ela chega, com um sorriso de orelha a orelha como quem diz: dei-cabo-da-cabeça-da-minha-mãe-e-isto-é-um-espéctaculo!

Despedimo-nos com muitos beijinhos, muitos miminhos! Saio, sem pesos, nem Joana... a minha cara ainda vai molhada dos beijinhos dela! Vou já cansada para o trabalho, mas vou tão, tão feliz! Que cansaço tão bom... amanhã, a história repete-se! É a nossa rotina... a melhor, não queria outra, se tivesse oportunidade de escolher!




Aqui está a malandra, metida na espreguiçadeira... a carinha dela não engana, ia aprontar alguma! Garanto!