A constatação...

... é que ao contrário do que eu pensava nem sempre lhe posso valer!!!
Sinto-me frustrada, por por vezes não conseguir proteger a minha filha (não é para isso que eu deveria servir?!)

A tempestade de hoje deixou-me louca... quando sai de casa com ela, estava mesmo mau mas tinha que ser! Enrolei a bebé numa mantinha, peguei nas coisas e sai! Tinha o carro longe de casa, foi o suficiente para o vento empurrar a chuva contra nós... a Joana só dizia "mãããããã mãmã", mas por muito que a tentasse tapar e pôr o chapéu por cima de nós, não valia a pena! Chegámos ao carro encharcadas e como se não bastasse, desiquilibrei-me e a Joana bateu com a cabeça na porta, mas não chorou (é muito raro chorar!)... fiquei de rastos! Meti-a na cadeirinha e só me apetecia chorar...
Quando chegamos à casa da ama, o carro ficou tão longe também que só pensava que nem conseguia abrir a porta! Pensei na melhor forma de proteger a Joana, mas o temporal era imenso! Era enfrentá-lo e pronto... enrolei-a outra vez e lá fomos nós!!! Ela estava tão assustada e continuava a gritar "mãmãmãmã"... fiquei com o coração apertadinho, apertadinho. A crueldade humana ultrapassa todos os limites... as pessoas que iam nos carros viam perfeitamente que o que levava comigo era um bebé, mesmo assim passavam rentinho ao passeio a toda a velocidade! Que poderia eu fazer? Mais uma vez... nada! A Joana estava toda molhada e eu também!
Quando chegamos à casa da Dª O., mostrou logo um sorriso "daqueles" como quem diz: "Ah, agora sim! Estou sã e salva!" Senti um alívio...

Sei que não foi nada de grave e que não tive culpa, mas não consigo deixar de sentir uma pontinha de impotência perante o facto de não ter podido "acudir" ao susto e molha que a pipoca apanhou... às vezes penso que não sou uma boa mãe e hoje foi um desses dias!

Ah, quando a deixei perguntei: "Amor, estás chateada com a mamã?", ela fez que não com a cabeça e mandou-me beijinhos! Virei costas e desci a escada do prédio a chorar...